sábado, 11 de julho de 2009

E viva o povo brasileiro...

Outro dia eu estava na casa de uma amiga e li no jornal uma crônica de João Ubaldo Ribeiro. Ele dizia que poderia falar de passarinhos ou de amenidades, mas que diante da confusão política que estamos presenciando, ele não conseguiria se omitir, mesmo correndo o risco de ser taxado como cansativo.
Pois é, caros leitores, sei como o cara se sente, sei que é cansativo falar sempre da corja que nós mesmos plantamos no Planalto Central, sei que incomoda perceber que, por mais que falemos, nada de novo acontece... sempre as mesmas caras, as mesmas condutas, e, principalmente, a mesma impunidade.
Lembremos da ditadura militar (eu nao vivi nesse tempo, mas na faculdade eu só faltei me teletransportar para lá), os artistas se manifestando, as pessoas se cansando das repeições de formas, torturas, exílios, mortes... e o povo indo pra rua brigar com a polícia!
Lembremos dos governos Sarney e Collor (esse tempo eu vivi), lembro de meu pai ter que comprar uma lata de leite e minha mãe, fingindo não conhecê-lo, comprar outra logo depois, já que existia racionamento de produtos alimentícios e limite por família. Lá foi o povo pra rua pintar a cara e se manifestar.
Lembro, também na fase Collor, da raspagem que fizeram nas contas bancárias (dos pobres e dos ricos) e do povo, mais uma vez indo para as ruas...
Muito bonitos esses momentos, entretanto, lembremos que a Ditadura Militar prejudicava os interesses das elites artísticas, que já vendiam a arte como produto de mercado. Collor teve o apoio de todos, como o Pop-star Presidenciável, queridinho da rede Globo, mas quando raspou o dinheiro dos bancos (inclusive da Globo e de outras empresas grandiosas), todos se voltaram contra ele.
DIAGNÓSTICO: O povo sempre é usado como massa de manobra!
Agora, os políticos assaltam os cofres públicos, recebendo salários exorbitantes e distribuindo estes para seus parentes, amigos e apadrinhados através de cargos de confiança, enquanto famílias inteiras passam as chuvas sob marquises e viadutos.
Agora fico eu aqui, revoltado com essas histórias de valerioduto, mensalão, nepotismo e pistolões! Eu quero muito uma daquelas vaguinhas em Brasília, mas via concurso público. Não sou parente e nem amigo daqueles de lá, por isso mesmo fico aqui esperando e falando mal dos políticos, sem nada fazer e desejando, assim como o João Ubaldo, um dia poder falar apenas do canto dos passarinhos ao invés de ter que falar daquela corja plantadas por mim e por você!

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