domingo, 12 de julho de 2009

Inacreditável...

"Quando eu penso que nada mais é capaz de me chocar, eis que aparece algo..."

Essas foram as palavras do MV Bill no Programa do Faustão de 12 de julho de 2009. Eu estava no PC enquanto minha mãe assistia esse incoveniente da TV brasileira,quando algo nesse tosco programa chamou minha atenção! O MV Bill, que tem documentários maravilhosos, veio ao programa falar de sua viagem ao Haiti. Miséria, fome, morte, pobreza... vários itens foram listados, mas uma coisa em especial me chamou a atenção, lá, pessoas (inclusive crianças) estavam comendo um biscoito feito com manteiga e argila.
Segurei as lágrimas e percebi que o domingo na frente da TV enfim prestou para trazer uma reflexão que prestasse. Enquanto ten gente jogando caviar fora, outros estão comendo biscoito com argila. Aqui, usamos isso na comida para matar rato e lá eles estão usando para matar a fome! Pelo amor de Deus, eles estão se matando para fugir da fome! Onde estão os líderes mundiais? Onde estão as forças humanitárias? Onde está a ONU? Onde está Deus?
Pelo menos coube ao Brasil enviar tropas para o país e auxiliar um pouco no processo, mas sabemos que nosso rico país pobre tem as pernas bambas e não consegue andar direito. Existem países bem mais estáveis que o Brasil, que não mexem uma palha para mudar essa situação!
É claro que o Haiti é só uma ilustração do que ocorre em outros países da América Central, em partes da Ásia e na famigerada África... Tristeza perceber a inércia do mundo e a normalização da pobreza!
Lembrando o MV Bill: "Quando eu penso que nada mais é capaz de me chocar, eis que aparece algo..." e parafraseando uma música que lembra que o Haiti não é aqui, percebemos que podemos encontrar o Haiti ao terminar de virar a esquina...

sábado, 11 de julho de 2009

E viva o povo brasileiro...

Outro dia eu estava na casa de uma amiga e li no jornal uma crônica de João Ubaldo Ribeiro. Ele dizia que poderia falar de passarinhos ou de amenidades, mas que diante da confusão política que estamos presenciando, ele não conseguiria se omitir, mesmo correndo o risco de ser taxado como cansativo.
Pois é, caros leitores, sei como o cara se sente, sei que é cansativo falar sempre da corja que nós mesmos plantamos no Planalto Central, sei que incomoda perceber que, por mais que falemos, nada de novo acontece... sempre as mesmas caras, as mesmas condutas, e, principalmente, a mesma impunidade.
Lembremos da ditadura militar (eu nao vivi nesse tempo, mas na faculdade eu só faltei me teletransportar para lá), os artistas se manifestando, as pessoas se cansando das repeições de formas, torturas, exílios, mortes... e o povo indo pra rua brigar com a polícia!
Lembremos dos governos Sarney e Collor (esse tempo eu vivi), lembro de meu pai ter que comprar uma lata de leite e minha mãe, fingindo não conhecê-lo, comprar outra logo depois, já que existia racionamento de produtos alimentícios e limite por família. Lá foi o povo pra rua pintar a cara e se manifestar.
Lembro, também na fase Collor, da raspagem que fizeram nas contas bancárias (dos pobres e dos ricos) e do povo, mais uma vez indo para as ruas...
Muito bonitos esses momentos, entretanto, lembremos que a Ditadura Militar prejudicava os interesses das elites artísticas, que já vendiam a arte como produto de mercado. Collor teve o apoio de todos, como o Pop-star Presidenciável, queridinho da rede Globo, mas quando raspou o dinheiro dos bancos (inclusive da Globo e de outras empresas grandiosas), todos se voltaram contra ele.
DIAGNÓSTICO: O povo sempre é usado como massa de manobra!
Agora, os políticos assaltam os cofres públicos, recebendo salários exorbitantes e distribuindo estes para seus parentes, amigos e apadrinhados através de cargos de confiança, enquanto famílias inteiras passam as chuvas sob marquises e viadutos.
Agora fico eu aqui, revoltado com essas histórias de valerioduto, mensalão, nepotismo e pistolões! Eu quero muito uma daquelas vaguinhas em Brasília, mas via concurso público. Não sou parente e nem amigo daqueles de lá, por isso mesmo fico aqui esperando e falando mal dos políticos, sem nada fazer e desejando, assim como o João Ubaldo, um dia poder falar apenas do canto dos passarinhos ao invés de ter que falar daquela corja plantadas por mim e por você!